quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

SUJEITO HOMEM

                                                                                                                                             by: Ursinho.
“Eu gosto de você porque você é sujeito homem” - disse a mulher em febre com o corpo contorcido e os olhos revirados para cima, sussurrando tais palavras entre seus espasmos. Tratar-se-ia de uma bela trepada, mas bem poderia ser a cena de uma das virgens do oráculo recebendo um espírito.

Apesar de os ouvintes advertirem que, para tamanha algazarra, o que a moça recebia dentro de si não era um espírito, e que por isso mesmo já não era criatura assim, tão imaculada. Seja como for o pobre homem não viu em si o tal do “sujeito homem” do qual sua companheira falara, e ao bem da verdade, ele nem sabia o que era aquilo.

Na busca por uma explicação minimamente plausível, chegando ao conhecimento comum, todos preferiram tratar o caso como uma espécie de mistura entre as duas coisas, algo que fosse ao mesmo tempo trepada e incorporação. Daí surgiu o Sujeito Homem (agora com letra maiúscula), descrito como uma entidade tarada a vagar serelepe pelas dependências do Bordéu, cuja  constituição meta-plasmática a tornava carente das carnes tão caras ao amor.

Ora se apodera do corpo de um, ora do corpo de outro, respondendo assim pelas peripécias sexuais que essas pobres pessoas esbanjam no verão. As vítimas dessa entidade chegam em casa com costas unhadas, joelhos e ombros ralados, contorções diversas, garantindo não se lembrar de nada.

Ficou agora claro que foi o Sujeito Homem quem possuiu a mulher em questão, e não aquele sujeito em particular. Após averiguado esse fato, tivemos no Bordéu mais quatro ocorrências para situações que indicam participação do Sujeito Homem. Ninguém ainda quis ser exorcizado.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A CHUVA (by: Ursinho)



  “Eles vão trocar a passagem por pelo menos três vezes” - foi o que Paulinho falou sobre a turma que chegara do Rio, e agora estava às vésperas de se despedir - “esse tal plano de viajar para a Chapada Diamantina é coisa de anos, e lhe garanto que eles não conseguem sair daqui com facilidade.” Achei engraçado.
  No dia seguinte iríamos todos embarcar no Rei Cigano, um velho barco de turismo que nos deixaria em Corumbau, lugar do qual os dissidentes seguiriam viagem. As malas estavam prontas na varanda, e todos prontos para partir. Porém, naquela manhã, Wagner Marrento estava mais agitado que de costume. Esticava o pescoço para fora da casa, olhava o céu, o sol, e pensando em não-sei-o-quê decidiu andar um pouco pela rua. Retornou dizendo: “Não vou mais”. Pois apesar da manhã de sol, um marujo lhe garantiu que o mar estaria revoltoso em função do temporal que se aproximava, e que estavam esperando tufões, maremotos e monstros marinhos. “Não vou!”, reafirmou Marrento com convicção.                                                                    Seus amigos se entreolharam como que acostumados com aquela história, e decidiram seguir viagem sem ele. Eu, Tom Sick, Leon, e sua irmã, Ingrid, resolvemos também cancelar nossa viagem a Corumbau. Houve uma certa tensão, pois a separação das turmas se daria um pouco antes do previsto, e pegou a todos de surpresa. Ficamos da praia olhando o barco que levava nossos amigos viajantes, e vimos uma grande tempestade se formar. Por alguns instantes fiquei feliz pela chuva, provavelmente em função daqueles orgulhos bobos que a gente tem de estar certo.Voltamos para o Bordéu e ficamos presos na varanda, observando a chuva. De um modo estranho nos sentimos felizes com o fato de termos ficado, e decidimos celebrar, fazendo alguns drinks e uma canção para esse imponente pretexto de ficarmos mais um pouco em Cumuru:
...



A Chuva

Lava a alma, passa o tempo
o pensamento e esconde o sol
Lava pé lava mão, lava jato, traz a rima
Lavar a alma

A chuva cai
Lá fora
Lavar a alma

Leva lama, lava planta, lava rua, cresce a grama
Lavar a alma
Molha a roupa, prende em casa
e a gente pensa em namorar

E a chuva cai
Lá fora
Lavar a alma
E a chuva vai
Embora

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Caminhada prá Japara Grande

Fotos, filtro solar, ursos levitando.....

E muito coral debaixo do sol.
O início da saga: "Em busca da cerveja perdida"
Com: Um bando de alucinados em processo de desidratação.
Procurando com o Saci

..............
Melhor continuar procurando. Caminho longo. Muito sol.  Nenhum juízo.
Descansar....

Pensar.........
Continuar.....
Aqui tem público. hehe!




E afloram as bobagens. 
É fantástico. hehe!

Menina Fantástica

Saudades do circo
E dos hipopótamos
Público devidamente entediado, um pequeno choque de realidade...
Hora de continuar procurando a cerveja perdida. Não sem antes.....

.....mais uma pequena de demonstração do efeito "sol + abstinência etílica"
......

                                                                            (Os momentos de insanidade são totalmente opcionais)



O caminho continua. Em busca da cerveja distante.

O "Mico da Argila"








Japara Mirim. Quase chegando.
Não é miragem.
Japara Grande. Pode se refrescar.
Santa cerveja......

Precisa ter peixe?
O que se vê de Cumuru.

Vida durissima.

.................................
Sonho(?) bom.
Gloriosa homenagem. Ê trem!

Prá fechar o dia com chave de ouro, vale o almoço no Catamarã. Prá chegar em casa em altíssimo estilo.
Toda 'aventura' no caminho......deixa prá lá.