quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

24/12/2010

            Achei bonito outros tipos de artes acontecendo dentro do covil, bonito mesmo. Não vou dizer que me enjoei de fotografia, mas achei boa a idéia do povo de variar dessa vez. “senta ali” repetia calmamente o artista, já com tinta em sua bochecha. Com musica em seus ouvidos, a arte acontecia de forma lenta e sonora, pois fora do espectro do fone de ouvido, o vinil também tocava sem parar. Algumas horas depois, os primeiros integrantes já possuíam seus traços eternizados em papel e nanquim; o anfitrião não demorou muito para colocar sua caricatura no lugar de um quadro desagradável que ele tentava esconder em sua sala.



            Já haviam cinco pessoas dentro da casa, aproximadamente onze litros de rum, bons vinhos, Martinis e uma bela garrava de absinto Hapsburg (que acabamos de ler hoje, doze dias depois, o rótulo dizendo de modo bem explicito “não beba puro”; mas já foi). Tudo em preparação para o Natal.
            O Natal foi diferente. Não havia peru, não havia dezenas de parentes; havia por ali um kilo de uma bela picanha, toda a bebida já comentada e bons parceiros de copo. Sabemos que a comemoração do nascimento de Jesus começou assim, mas difícil lembrar se terminou por ali mesmo ou há dois quilômetros do covil, na frente do mar.
           


            O portão se abre mais uma vez, a barba rala, os cabelos castanhos, e a barriga de chopp não escondem o sorriso de chegar até o covil após uma longa viagem do Rio de Janeiro. Abraços, beijos, e comprimentos depois, lá se vai o grande mendigo mapear a cidade. “cadê o resto dos cariocas?”, perguntou alguém; Mendigo responde rapidamente “não agüentei esperar, vim na frente. Tô saindo, falou!”. Mais expectativa era nutrida pelas noticias do Mendigo, ainda mais com a dúvida se o Wagner viria para mais um verão, ou não.
            Os mineirinhos foram para mais um dia de trabalho, já impressionados com os modos da gerencia da casa, o que não vale citar aqui, mas dignos de um vilão épico da Disney. Mesmo dizendo que tudo aquilo era apenas experiência de vida, era notável o desanimo em suas faces cada vez que um dos outros amigos passava na frente do restaurante. O cumprimento era basicamente o mesmo; duas mãos levantadas, uma aberta (imagine Hitler) e a outra com algum tipo de bebida alcoólica. Marco se inquietava em total impaciência, Thom tossia. Simplesmente tossia.

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