sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

CATAMARÃ - por Thom Sik


       Me lembro que todo mundo sempre falava desse lugar, e apesar de ter o nome bonito, disseram que a comida era boa. Boa não, inesquecível, gritavam alguns com as bocas salivando.
     A idéia era basicamente fazer uma caminhada, tomar uma cerveja, uma batida de mangaba e voltar; mas como ninguém conseguiu acordar cedo, saímos tarde e resolvemos que iríamos almoçar por lá mesmo. A caminhada era curta, 2km rumo ao sul, aproveitando a maré baixa.

 Nessa parte mais vazia de Cumuruxatiba é possível ver como o mar está tomando de volta uma área que inescrupulosos arrendadores de terra tomaram para si. Da-lhé mar!


      É uma área mais rochosa, o mais bobo pode até olhar em volta procurando sinais de um vulcão inativo, mas não encontraria nada. Arvores derrubadas pela força do oceano sobrevivem deitadas, um belo sinal da harmonia da natureza. Na metade do trajeto, percebe-se que o coral que protege as praias de Cumuru acaba ali, e como conseqüência temos ondas mais generosas. O barulho do mar e o vento nas orelhas são de um prazer extremo, realmente deixando a vida na cidade grande como apenas uma esfumaçada lembrança; claro, até o Justin começa a falar com sua voz de garça em metamorfose.

 O dono do Bordel anuncia “chegamos”, e aponta para a trilha, quase uma pirambeira, que devem subir até o restaurante; mas depois de uma caminhada de 2km debaixo do sol forte, Tom-Sick, Wagner Marrento, Justin e Leão de Chácara querem mais é se molhar no mar.
      Eles vão até a praia, e como a maré ainda está baixa, caminham até o ponto em que a água bate um pouco acima da altura dos joelhos. Todos deitam e tentam relaxar. As pequenas ondas e a temperatura morna da água transformam aquele pequeno pedaço de oceano em uma banheira natural, os quatros quietos, o restaurante silencioso há duzentos metros de distancia; tudo vai muito bem, até o momento em que o Justin começa a jogar lama nos outros.
        (ahã: como não temos imagens dessa bobiça.... tem essa, de outros loucos no mesmo caminho)
 Ele pediu. Wagner, Tom e Leão não perdoam, começam a perseguir o garoto, proporcionando para aquele inofensivo adolescente amante de musica ruim o maior banho de lama que sofrera na vida. Justin usava as mãos para se defender, mas não havia defesa. “São três contra um, porra!”, ele gritava. “Cala a boca” respondiam para ele. Tal brincadeira durou por volta de 3 minutos. Perceberam que estavam com fome e foram comer.
     Depois de subir a pirambeira do Catamarã, a primeira coisa que escutam é “que covardia é essa que vocês fizeram com meu bebê?”, dizia Vânia, a mãe de Justin. Um dos rapazes disse “ele mereceu”, e depois da resposta ela apenas disse “ah, então ta beleza”.
Isca de pescadinha, prá esperar. Haja cerveja.

 Conversas, cervejas, petiscos e fotos depois, chega o almoço.: Muqueca mixta de Pescada com camarão e o insuperável Arroz de Polvo. A cara dos pratos estava magnífica, coisa de cinema mesmo; mas depois da primeira mastigada, era como estar no paraíso degustando um prato dos deuses.

 Não vou descrever muito pois não faz o menor sentido, apenas imagine uma comida absolutamente deliciosa, talvez você consiga ter idéia. Foi um prato muito apreciado pela turma do Bordel. Aprovado.

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