quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

30.12

            O dia surgiu com um frio gostoso, um pouco fantasmagórico para a região, mas boa parte da galera já estava na varanda e o copo do liquidificador no meio da mesa cheio de batida de pitanga. Entre um copo e outro (outro e outro), ele resolve pegar sua viola Cort e a pasta de músicas; uma festa começa na frente da casa por volta das dez horas, quem passa em frente percebe que aquele é o lugar mais animado da rua principal, e certamente do distrito inteiro



            O Thom já começa a se entediar com o restaurante, lhe dou toda a razão do mundo, mas azar o dele; é engraçado assistir ele e o Marco nessa situação. Mas o que vêem se mostrando uma verdadeira necessidade, Marco (a partir de agora “Ursinho”) se embebeda o máximo que pode antes de seguir para a pizzaria, e depois que se juntou ao grupo do Rio: Marcio Branco, João, Marcelo Mendigo e Wagner; ele leva o trabalho mais a sério.


            Nesse dia em especial, a energia elétrica da cidade acaba, deixando todos na mão e proporcionando momentos de puro êxtase aos rapazes da pizzaria. A cada trinta minutos sem energia, mais podiam ficar na varanda do covil com todo o resto da trupe. A falta de luz proporcionou um dos momentos mais legais da temporada; Wagner, luz e violão tocando sua música na varanda cercado por cariocas, mineiros, paulistas e alemães. Como um ato do destino (mas claro, uma ação minha, o verão) havia um bar que possuía gerador onde a turma comprava cerveja, mas havia ainda as batidas de polpa, que voltaram pra roda logo que a luz retornou.
            Duas mineiras se juntaram ao antro, Sandra e Alessandra, que trouxeram simpatia e gostosura pra roda. Boas meninas, depois da primeira visita não saíram mais da casa. Bom, depois disso a bebida acabou, não porque as pessoas não quiseram comprar mais, mas que era hora de visitar o Leon de Chácara no Sombrero. Quinze minutos de caminhada depois, todos estavam com o liquido maltado em mãos, a festa continuou até o amanhecer. Ninguém soube de ninguém; até o livro de Dostoyevski estava esquecido num canto da varanda.
           

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